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ERODIBILIDADE DE LATOSSOLOS PREDITA PELA SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA E ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA DIFUSA

Autor: Ronny Sobreira Barbosa

Palavras-chave: geoestatística, mapeamento, mineralogia, pedometria, quimiometria, Vis-NIR-MIR

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Resumo

A compreensão da erodibilidade do solo é de suma importância para se aprofundar nos estudos que visem a diminuição da erosão do solo. Objetivou-se com este trabalho, investigar a eficiência da utilização da suscetibilidade magnética (SM) e espectroscopia de reflectância difusa (ERD) em funções de pedotransferência que sejam capazes de estimar os fatores de erodibilidade K e Ki em latossolos no nordeste do estado de São Paulo. Este estudo foi realizado em área de 380 ha sob cultivo de cana-de-açúcar, no Municipio de Guatapará, estado de São Paulo, Brasil. Foram coletadas 86 amostras no “espigão” da vertente (Transeção) e 150 amostras na lateral. Realizaram-se as análises das frações granulométricas, argila dispersa em água (ADA), teor de matéria orgânica (MO), concentração dos óxidos de ferro, razão entre goethita (Gt) e hematitas (Hm) e entre caolinita (Ct) e gibbsita (Gb), suscetibilidade magnética e calcularam-se os parâmetros de erodibilidade K e Ki. As funções de pedotransferência (FPT), para estimar os fatores K e Ki em função da SM, foram modeladas por meio de análise de regressão linear simples e a validação dos modelos ocorreu por meio da validação cruzada. A SM apresentou correlação significativa com os fatores K e Ki, provavelmente por ela estar associada aos atributos do solo que regem a resistência do solo em ser erodido. Observando os mapas de Krigagem, percebe-se que a mudança dos valores da SM ocorre de forma decrescente no sentido do ponto mais alto ao ponto mais baixo, e os valores de Kest e Kiest crescem no mesmo sentido. Conclui-se que a SM pode ser usada como componente da função de pedotransferência na quantificação da erodibilidade de latossolos da região nordeste do estado de São Paulo, Brasil. Para testar a eficiência da ERD na predição de K e Ki, foram utilizadas 30 amostras, 15 selecionadas da transeção e 15 da lateral. Utilizaram-se três bandas espectroscópicas (Vis-NIR-MIR) separadamente e combinadas. A calibração espectral foi feita utilizando a quimiometria. Os modelos foram gerados utilizando a regressão por Mínimos Quadrados Parciais (PLS), com o uso da validação cruzada denominada leave-one-out. A precisão e acurácia da modelagem foram avaliadas com os cálculos do coeficiente de determinação ajustado (R²adj) e o Desvio Residual de Previsão (RPD), respectivamente. A importância das variáveis na predição dos fatores K e Ki foi dada pelo índice de importância das variáveis (VIP). Em todas as propriedades estudadas, o sistema espectroscópico que melhor estimou os mesmos, foi o MIR. Dentre os parâmetros de erodibilidade, o que apresentou melhores ajustes, foi o Ki, com coeficiente R²adj = 0,57 e RDP = 1,57. Concluiu-se que o uso da técnica de ERD, principalmente na faixa do MIR, é eficiente na predição dos fatores K e Ki em latossolos da região nordeste do estado de São Paulo.