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TÉCNICAS INDIRETAS NA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE MANEJO ESPECÍFICO PARA CANA-DE-AÇÚCAR

Autor: Rafael Gonçalves Peluco

Palavras-chave: vinhaça, fósforo adsorvido, suscetibilidade magnética, índice de avermelhamento, pedotransferência, geoestatística

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Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização da suscetibilidade magnética e da espectroscopia de reflectância difusa para identificação de áreas com diferentes potenciais à aplicação de vinhaça e adsorção de fósforo na cultura da cana-de-açúcar. Para determinação dos atributos químicos, determinação dos teores de argila, da medição da suscetibilidade magnética e da espectroscopia de reflectância difusa, foram coletadas 86 amostras de solo a cada 30 m, em uma transeção de 2600 m, seguindo o espigão da paisagem ao longo da área cultivada com cana-de-açúcar, e mais 155 pontos em uma malha de densidade amostral de 1 ponto a cada 2,5 ha, totalizando 241 pontos na área experimental de 380 ha. A partir dos dados de cor do solo (matiz, valor e croma) foi calculado um índice de avermelhamento. Também foram realizados cálculos das doses e da capacidade de suporte do solo à aplicação de vinhaça, e do fósforo adsorvido para cada ponto da grade experimental. Foram construídos modelos de regressão entre a suscetibilidade magnética e os demais atributos estudados, e entre o índice de avermelhamento e o fósforo adsorvido. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva, e também foram calculadas as médias de cada atributo conforme as classes de solo da área experimental e foi aplicado o teste de Tukey a 5%. A análise da dependência espacial dos dados foi feita por meio da geoestatística, utilizando-se o variograma. Também foram construídos mapas de padrão espacial e variogramas cruzados. Os resultados indicaram que a suscetibilidade magnética apresentou potencial para auxiliar na identificação de áreas com diferentes capacidades de suporte do solo à aplicação de vinhaça e com diferentes potenciais de adsorção de fósforo. A suscetibilidade magnética apresentou correlação, espacial e linear, significativa com as doses de vinhaça, com a capacidade de suporte do solo à aplicação deste efluente, e com o fósforo adsorvido, podendo ser utilizada como função de pedotransferência, na quantificação indireta desses atributos. O índice de avermelhamento não apresentou correlação linear com o fósforo adsorvido, porém apresentou correlação espacial positiva, evidenciando o potencial da cor do solo para auxiliar no mapeamento de áreas de adsorção de fósforo e caracterizando a importância da utilização de técnicas geoestatísticas em estudos da variabilidade de atributos do solo. A fórmula do cálculo das doses vinhaça proposto pela CETESB é efetiva, porém a densidade amostral sugerida não consegue captar as variações que ocorrem no campo, o que pode resultar na recomendação de doses equivocadas de vinhaça conforme a capacidade de suporte do solo. A recomendação de doses de vinhaça por meio dos mapas de padrão espacial e por classes de solo, apresentaram maior racionalização na aplicação deste efluente do que quando comparada com a recomendação da CETESB, diminuido possíveis riscos de impactos ambientais e aproveitando melhor o potencial fertilizante da vinhaça.