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SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA DA TERRA PRETA ARQUEOLÓGICA AMAZÔNICA

Autor: Ivanildo Amorim de Oliveira

Palavras-chave: magnetismo, mineralogia, terra preta de índio

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Resumo

O trabalho fornece informações sobre a formação da Terra Preta Arqueológica e sua relação com a expressão magnética proveniente de minerais litogenênicos, pedogenéticos e influência antrópica. Os resultados da presença de minerais ferrimagnéticos nos solos de Terra Preta Arqueológica (TPA) pode ser utilizada para compreender o processo de formação destes solos ou utilizar a expressão magnética como indicador agrícola para cultivo nestes solos. O trabalho possui dois objetivos: (i) verificar as influências geológicas, pedogenéticas e antrópicas na suscetibilidade magnética (SM) da TPA e (ii) estudar o potencial da SM como indicadora agrícola e ambiental para cultivo nestes solos. Foram abertos treze perfis com TPA e um perfil de floresta (solo não antropogênico), sendo coletadas amostras por horizonte em cada perfil. Próximo de um dos perfis com TPA foi estabelecido uma malha de 70 x 70 m e coletada amostras de solos em espaçamentos regulares de 10 m na profundidade de 0,0-0,20 m. Nas amostras coletadas, realizou-se a análise textural, fertilidade e análises mineralógicas. A SM foi determinada nos solos, nas cinzas das plantas e fragmentos de cerâmica encontradas nas TPAs. Na malha, também foi determinado o fluxo de CO2 (FCO2), temparatura e umidade. Há uma grande diversidade de minerais nas TPA, entre eles destacam-se: goethitas (0,16 a 21,86 g kg-1 ), hematitas (0,27 a 45,14 g kg-1 ), e maghemita (em baixas concentrações). A SM foi maior nos horizontes antrópicos dos perfis com TPA (6,49 10-6 m3 kg-1 ) diminuindo em profundidade (0,15 10-6 m3 kg-1 ). Nos perfis com terra preta arqueológica, a SM é maior que em subsuperfície, sendo esse comportamento contrário no solo não antropogênico, pois estes não sofrem influência do fogo e de minerais magnéticos presentes nos fragmentos de cerâmica. O estudo de variabilidade espacial mostrou que a SM pode ser utilizada no entendimento do potencial agrícola e ambiental em TPA. Locais com maior SM (4,7 a 5,1 10-6 m3 kg-1 ) apresentaram 1,2 vezes mais CTC e emitiram 1,4 vezes menos CO2 em comparação a áreas com menores valores magnéticos (3,5 a 3,9 10-6 m3 kg-1 ). Os resultados das relações de causa e efeito entre mineralogia e SM encontrados neste trabalho possam ajudar tanto na compreensão de processos naturais de formação da TPA quanto em processos antrópicos.