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Variabilidade espacial e temporal da emissão de CO2 do solo em uma área de cana-de-açúcar sob manejo de corte e queima

Autor: Alan Rodrigo Panosso, José Marques Jr., Gener Tadeu Pereira, Newton La Scala Jr.

Palavras-chave: respiração do solo, manejo da cana-de-açúcar, geoestatística, propriedades do solo

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Resumo

O gerenciamento do solo causa alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas que, consequentemente, afetam as emissões de CO2 no solo (FCO2). Aqui, estudamos a dinâmica do carbono do solo em áreas com produção de cana-de-açúcar no sul do Brasil sob dois sistemas diferentes de manejo de cana-de-açúcar: verde (G), consistindo em colheita mecanizada que produz uma grande quantidade de resíduos de culturas na superfície do solo e barra e -burn (SB), em que os resíduos são queimados antes da colheita, sem deixar resíduos na superfície do solo. O estudo foi realizado durante o período após a colheita em duas grades lado a lado instaladas em áreas adjacentes, com 60 pontos cada. O objetivo era caracterizar a variabilidade temporal e espacial do FCO2, e sua relação com a temperatura do solo e a umidade do solo, em um latossolo vermelho (Oxisol) onde os sistemas de gerenciamento G e SB foram usados ​​recentemente. A emissão média de FCO2 foi 39% maior na trama SB (2,87 mmol m_2 s_1) quando comparada à parcela G (2,06 mmol m_2 s_1) ao longo do período de 70 dias após a colheita. Uma equação quadrática de emissões versus umidade do solo foi capaz de explicar 73% e 50% da variabilidade temporal de FCO2 em SB e G, respectivamente. Isso parece estar relacionado à sensibilidade do FCO2 aos eventos de precipitação, o que causou um aumento significativo nas emissões do SB, mas não nas emissões da área gerida pela G. Os modelos de semivariograma FCO2 foram principalmente exponenciais em ambas as áreas, variando de 72,6 a 73,8 m e 63,0 a 64,7 m para G e SB, respectivamente. Esses resultados indicam que o sistema de gerenciamento G resulta em FCO2 mais homogêneo quando a variabilidade espacial e temporal é considerada. A análise da variabilidade espacial da temperatura do solo e da umidade do solo indica que esses parâmetros não explicam adequadamente as mudanças na variabilidade espacial do FCO2, mas os mapas de emissão são claramente mais homogêneos após um período de seca quando não houve chuva, em ambos os locais.