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ASSINATURA ESPECTRAL EM TERRA PRETA DE ÍNDIO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Autor: RENATO ELEOTERIO DE AQUINO

Palavras-chave: terra preta arqueológica, pedometria, solos amazônicos

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Resumo

Os solos contendo horizonte antropogênico na Amazônia apresentam características muito diferenciadas. Neste contexto, este trabalho apresenta informações sobre suas características e a relação com a assinatura espectral (espectroscopia de reflectância difusa) provenientes da expressão da cor destes solos, podendo ser ultilizado para compreender tanto seus processos de formação, quanto auxiliar como um indicador agrícola e conservacionista para o melhor uso destes solos. Este trabalho apresenta o objetivo geral de caracterizar diferentes ambientes de TPIs (Terra Preta de Índio) por meio da assinatura espectral, assim, compreender a influência das TPIs no estoque e efluxo de CO2 (fCO2). E dois objetivos específicos (i) mensurar os atributos do solo de ambientes com TPI através da assinatura espectral, visando tornar-se uma alternativa eficiente na identificação e caracterização destes ambientes e (ii) identificar através da assinatura espectral o potencial de efluxo de fCO2 e do estoque de C em TPI na região sul do estado do Amazonas. Foram abertos seis perfis de TPI, sendo coletadas amostras por horizonte em cada perfil. Para analisar a variabilidade espacial da TPI foi estabelecido uma malha de 70 m x 70 m e coletada amostras de solos em espaçamentos regulares de 10 m na profundidade de 0,0-0,10 m. Nas amostras coletadas, realizou-se a análise granulométrica, fertilidade, análises mineralógicas e a assinatura espectral nos solos. Na malha, também foi determinado fCO2. De forma geral, nos difratogramas os solos estudados apresentam composição mineralógica semelhante, concentrando os oxihidróxidos de Ferro e Alumínio (Hematita (Hm), Goethita (Gt), Gibsita (Gb)) com dominância de Caulinita (Ct) e Gt. Nos espectros da assinatura espectral entre os óxidos, a Gt predomina nesses solos, com menores expressões da Hm. Os maiores valores de reflectância na faixa da Gt foram encontrados em todos os horizontes antropogênicos da TPI. Em relação a faixa da Ct e Gb os espectros indicaram presença mais nítida da Ct evidenciados pela concavidade mais nítida em todos os horizontes antropogênico da TPI. Por outro lado, as medidas de cores (matiz, valor e croma) obitidas via assinatura espectral possibilitou a construção do triângulo ternário, onde formou-se quatro classes de valores de estoque de carbono e fCO2, possibilitando desta maneira inferir sobre estes atributos de maneira mais simples e rápida, somente através dos padrões de cores. A Gt e Ct foram os minerais que apresentaram dominância nos ambientes de TPI, evidenciados pelas faixas espectrais e corroborado pelos difratogramas, reforçando a eficiência da assinatura espectral para a caracterização das TPIs. A assinatura espectral foi eficiente na identificação de áreas com potencial de estoque de carbono e fCO2 em TPI.