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SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA E ANÁLISE DE INCERTEZAS EM MAPEAMENTO DE SOLOS

Autor: Daniel De Bortoli Teixeira

Palavras-chave: geoestatística, incertezas espaciais, planejamento amostral, protocolo de mapeamento, suscetibilidade magnética

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Resumo

A falta de informação sobre variabilidade espacial dos atributos dos solos é um dos fatores limitantes para o crescimento de diferentes áreas do conhecimento e setores produtivos. Estas informações aliadas ao conhecimento das suas incertezas possibilitam a correta interpretação dos resultados e possíveis tomadas de decisão aliadas a este. O estudo foi desenvolvido em duas etapas: na primeira etapa, objetivou-se, utilizar informações geológicas, geomorfológicas e pedológicas para a redução da densidade amostral necessária para a caracterização espacial da suscetibilidade magnética (SM), teor de argila e saturação por bases (V%); na segunda etapa objetivou-se, utilizar as incertezas espaciais da SM e teor de argila para o delineamento de unidades de mapeamento. A área de estudo, localizada no município de Guatapará, possui 870 ha e é caracterizada pela transição geológica Basalto – Depósito Aluvionar - Depósito Colúvio Eluvionar, formas da paisagem côncavas e convexas e presença de Latossolos e Neossolo. Foram coletadas 371 amostras na profundidade de 0-0,25 m para a avaliação da SM, teor de argila e V%. A incorporação das informações secundárias nos modelos geoestatísticos foi realizada por meio da krigagem simples com médias locais variando. Para a SM as informações sobre a geologia e geomorfologia foram responsáveis por cerca de 45% e 44% da sua continuidade espacial. Para o teor de argila, estes resultados foram superiores indicando 54% (geologia) e 53% (geomorfologia). Para o V%, não foi observada relação entre as informações secundárias e sua continuidade espacial. As incorporações das informações geológicas e geomorfológicas aos dados de SM propiciaram, respectivamente, a redução em 44% e 37% no número de amostras requeridas para representar o padrão espacial do atributo. Para o teor de argila foi verificada a possibilidade de redução em 35% no número de amostras utilizando ambas as informações. Na segunda etapa do estudo, mapas médios e de desvio padrão (incertezas) da SM e teor de argila foram calculados com base em 200 realizações da simulação sequencial gaussiana. Para a definição das zonas de transição entre unidades de mapeamento, os picos de incertezas representativos da região de transição entre as unidades de mapeamento foram identificados na transeção delineada seguindo o sentido do decaimento mais suave do declive a partir do topo da vertente até o sopé. Após esta identificação os mapas das unidades de mapeamento bem como a zona de transição entre as mesmas foram construídos com base nas isolinhas espaciais das incertezas. A incorporação das incertezas da SM e teor de argila propiciaram o delineamento de unidades de mapeamento semelhantes. Entretanto, devido ao menor custo e rapidez na quantificação da SM, esta se apresenta como alternativa mais viável para o delineamento de unidades de mapeamento considerando as informações sobre a variabilidade espacial e incertezas dos atributos do solo.